Por que usar dados na educação?

Imagine uma escola onde os alunos do 5º ano tinham uma média baixa em matemática. Direção, coordenação e professorado perceberam o problema e decidiram aplicar uma avaliação em todas as turmas para encontrar os pontos de atenção. A ação imediata foi um reforço nos conteúdos básicos da disciplina. Mas o que mais podemos fazer? A decisão foi olhar para os resultados de cada sala e entender as defasagens específicas. A partir disso, traçaram estratégias pedagógicas para cada uma a fim de aumentar o aprendizado dos alunos. Três meses depois, uma nova avaliação mostrou que o desempenho estava melhorando.

O que essa escola fez foi usar dados para tomar melhores decisões pedagógicas, algo essencial para aumentar o aprendizado de nossos estudantes. Desde que o QEdu surgiu, em 2012, falamos sobre a importância do uso de dados na educação. Com o passar dos anos, o assunto ganhou cada vez mais destaque entre pessoas que trabalham no setor, mas ainda assim pode parecer algo distante da realidade de milhares de escolas de todo o país – fato totalmente compreensível considerando os desafios diários desses profissionais. Afinal, por que é importante utilizarmos dados na educação?

Um dos principais inimigos da boa gestão é o achismo, a capacidade de tirar conclusões baseadas em percepções sobre o mundo. Acontece que percepções são construções da nossa mente a partir de tudo o que já vivemos, experimentamos, ouvimos, sentimos e vimos durante toda a nossa vida. Elas podem nos levar a ótimas conclusões, mas também podem nos guiar no caminho errado (já ouviu falar sobre viés inconsciente, por exemplo? Sem que percebamos, processos neurais e cognitivos tiram conclusões por nós baseados em estereótipos sociais, sutis e acidentais que todas as pessoas mantêm). Com base em suas percepções em sala, um professor de nossa escola fictícia, por exemplo, poderia achar que os alunos tinham dificuldade com determinado tema, mas olhando para os números ele entendeu que o problema era outro.

Utilizar dados é uma forma de acabar com achismos e não nos deixar levar por percepções erradas; analisar os resultados e tomar decisões mais assertivas com base nisso, priorizando o que é necessário. Com dados, conseguimos despersonificar resultados e criar uma cultura mais colaborativa e menos individual, aumentando o aprendizado dos alunos e melhorando a educação brasileira. Não existe fórmula mágica nem pronta. É preciso conhecer diferentes formas de colher e analisar dados e refletir sobre o que faz mais sentido para a sua realidade. No Portal QEdu, por exemplo, você encontra dados separados por estado, cidade e escola relacionados a aprendizado, evolução, proficiência, Ideb, Censo Escolar, dentre muitos outros que podem te ajudar a tomar melhores decisões pedagógicas. Como qualquer hábito novo, o uso de dados vai demandar energia, dedicação e disciplina, mas o importante é começar e dar um passo de cada vez, sempre refletindo sobre o caminho. Vamos nessa?

Para iniciar, queremos te propor um desafio: entre no Portal QEdu, busque por sua cidade, olhe para os indicadores de aprendizado das escolas da rede e encontre uma informação que te inspire a tomar uma ação. Depois, compartilhe aqui nos comentários para discutirmos juntos. A Educação é feita por muitas mãos, por isso conte com a gente nessa luta! #AEducaçãoQueEuVejo

 


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Vitor Leite
Um contador de histórias apaixonado por descobrir o que está nas entrelinhas.

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