O Censo Escolar 2017 (que pode ser analisado facilmente aqui no QEdu) trouxe dados preocupantes: 8.154 escolas públicas brasileiras não têm energia elétrica via rede pública e 44.601 não contam com água via rede pública. São realidades frequentes no país e praticamente estáveis a cada levantamento realizado.
Esses números chocam, mas não devem nos paralisar. Tive o prazer de co-escrever o livro Educação de alma brasileira (que pode ser baixado gratuitamente). Nele, foram identificados quatro movimentos da alma da educação do nosso país. São realidades contraditórias que marcam as salas de aula todos os dias como “amorosidade e violência” e “esperança e fatalismo”. Deles, talvez o movimento mais interessante foi o “empreendedorismo e inércia”, que ressalta:
“Está na alma brasileira a criação de soluções inovadoras sobretudo em realidades adversas. Há um jeito de ser que permite a adaptação e a reinvenção constantes, próprio para sobreviver na ausência de direitos, de justiça, de estrutura”
Na viagem de ônibus que fiz pelo Brasil para conhecer as práticas que estavam transformando a educação brasileira, descobri que temos muitos educadores empreendedores de necessidade. São pessoas que se incomodam com as realidades adversas (ressaltadas no livro e destacadas pelos números do QEdu) e as transformam em oportunidades para garantir a educação de qualidade e para todos.
Todos os dias, mapeamos os trabalhos realizados por educadores de todo o país e compartilhamos no Caindo no Brasil . Sempre que visito uma nova cidade, faço questão de fazer um chamado no meu Facebook perguntando quem ou quais projetos que fazem a diferença em educação devo conhecer. Recebo dezenas de comentários e tenho a possibilidade de trocar com quem vai contra esses números do Censo Escolar. Se você é um desses educadores, me escreve pelo e-mail caiodib@caindonobrasil.com.br: quero te conhecer!