Inovação na educação: um espaço para reflexões

No início de 2018, produzi um workshop para professores da Prefeitura do Rio de Janeiro sobre gamificação da sala de aula. Para minha surpresa, houve uma grande procura de participantes. Tínhamos 40 vagas e foi necessário ampliar para 80, em dois turnos, pois os professores não paravam de ligar e mandar mensagens dizendo que queriam muito fazer o workshop.

Chegou o dia do evento e foi incrível ver a sala cheia de participantes interessados no tema, discutindo e trocando ideias. Naquele momento, percebi que existe um grupo de professores que estão cansados de aulas expositivas diárias e queriam alternativas inovadoras para motivar seus alunos e facilitar o processo de aprendizagem. Uma das participantes, a professora Juliana Silva, ficou tão entusiasmada que resolveu implantar a metodologia imediatamente em sua sala de aula e, após duas semanas de iniciar a gamificação das suas aulas, contou que um aluno veio a ela e disse que nunca tinha visto uma aula assim tão legal.

Relato tudo isso para falar da necessidade de inovarmos nossas práticas de professores e gestores e  acompanharmos as transformações incessantes que acontecem no mundo. Entender as mudanças e elaborar estratégias para melhorar o aprendizado e a gestão de escolas, bem como os sistemas educacionais.  

Percebo que muitos professores estão nessa busca e nem sempre encontram acesso ou espaço para troca de experiências inovadoras. Os alunos, que estão cada vez mais imersos no mundo da inovação e da tecnologia, precisam que a escola compreenda isso para continuar desempenhando o seu papel social.  E, ao contrário do que muitos acreditam, existem professores que já perceberam a mudança e estão em busca de novos caminhos. Contudo, a formação inicial ainda não atende a esse grupo e a formação continuada, igualmente, está longe de atender a essa demanda. Existe sim, entre esses docentes, uma enorme vontade de inovar, o que falta, muitas vezes, é a infraestrutura e a formação adequada.

Algumas pesquisas já mostram o desejo de inovação por parte de professores, como pode ser observado pela adoção de dispositivos tecnológicos por parte desses profissionais, em relação aos seus alunos e população em geral:

Em 26 anos atuando na educação pública carioca, como professora e como gestora, presenciei mudanças diversas, nem sempre boas, mas em todo o tempo acreditei que a prática docente e a gestão deveriam criar estratégias para melhorar a educação. Com o convite do QEdu, terei a oportunidade de dividir com vocês reflexões sobre mudanças, inovação, tecnologia e professores inovadores. Falaremos sobre novas metodologias, tecnologias, pesquisas e até histórias de professores inovadores.

A partir de agora teremos, nessa coluna, um espaço para falar da Inovação na Educação. Conto com cada leitor que queira dialogar, escrevendo e comentando, para juntos refletirmos sobre as mudanças e, sempre que necessário, elaborarmos novas estratégias.

Gisele Cordeiro
Gisele Cardoso Cordeiro é professora de Ciências da Rede Municipal do Rio de Janeiro, com 26 anos de experiência na área. Mestre em Tecnologia Educacional pelo Núcleo de Tecnologia Educacional para a Saúde (NUTES/UFRJ) e especialista de EAD e Dificuldades de Aprendizagem. Também atua como professora universitária na área de Tecnologia Educacional e Prática de Ensino e atualmente ocupa o cargo de gerente de Inovação e Tecnologia Educacional da Secretaria municipal de educação do Rio de Janeiro (SME/RJ), a maior rede municipal de ensino do Brasil.

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