Quando pensamos em toda criança na escola, imediatamente imaginamos o primeiro ano escolar, ou seja, os pequenos com seis anos, iniciando sua alfabetização. Mas você sabia que a primeira das metas do Plano Nacional da Educação (PNE) é ter todas as crianças a partir de quatro anos na pré-escola até 2016? E mais: a meta é que metade das crianças até três anos estejam na creche até 2024.
O PNE é mais do que um documento, é um comprometimento da Nação com a educação por dez anos. Ele é composto por 20 metas, e a primeira é sobre o ensino infantil: “universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola para crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade e ampliar a oferta de educação infantil em creches de forma a atender, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das crianças de até 3 (três) anos até o final da vigência deste PNE”.
Na escola desde pequenos
Muitas mães se sentem “abandonando” a criança mesmo que ela só passe algumas horas por dia na creche, e outras mães não têm escolha. Para a ONU (Organização das Nações Unidas), “Cabe aos pais decidir se matriculam ou não o bebê na creche”, mas as prefeituras, que são responsáveis pela educação básica, precisam garantir pelo menos 50% das vagas para os bebês.
Se você tem dúvidas, saiba que a creche pode ser uma ótima entrada da criança à vida social e escolar. Uma creche precisa ter profissionais qualificados para cuidar dos bebês, área para que eles tomem sol, tenham brinquedos à disposição…
Na creche, as crianças podem desenvolver habilidades sociais a partir dos dois anos de idade, desenvolver o sistema imunológico e desapegar mais facilmente da presença dos pais, se preparando para a pré-escola.
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Para as crianças acima de quatro anos não tem conversa: é unânime que a hora da escolinha chegou. “A educação infantil é importante porque a criança pequena precisa de estimulação adequada e a escola propicia isso”, afirma Izabel Grispino, supervisora de ensino.
A pré-escola facilita a transição da criança para a escola, auxilia a alfabetização e sugere a sociabilização dos pequenos. Por isso, a meta do PNE é que 100% das crianças de quatro e cinco anos estejam na escola até 2016.
Retrato atual das crianças pré-escolares
Em 1996, a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) definiu que a educação de zero a seis anos é denominada Educação Infantil e no Laboratório do PNE podemos acompanhar as metas traçadas e quanto já conseguimos alcançar. Podemos ver que quase 28% das crianças do Brasil até 3 anos estavam na creche e 87,9% entre 4 e 5 anos, na pré-escola em 2013.
A busca pela universalização da educação infantil não pode ocorrer sem o cuidado com a qualidade: é importante frisar que não basta que o número chegue à meta. Também é importante que a escola tenha boas condições de materiais, uma quantidade confortável de alunos por classe e que provenha ensino adequado.
O pessoal da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal convida a refletir sobre o papel da escola na vida de crianças até cinco anos de idade. Se você ainda tem dúvidas sobre como é importante que desde cedo a criança frequente o ambiente escolar, veja só:
Desigualdade
É importante frisar, também, as diferenças sociais entre os alunos. Enquanto 47,6% das crianças mais ricas estão na creche, apenas 20,4% dos mais pobres têm a mesma oportunidade. Na pré-escola não é muito diferente: são 95,8% dos mais ricos contra 85% dos mais pobres. A meta tem de ser atingida por todas as classes, raças e regiões do país.
Já a meta para as creches ainda está um pouco distante. Ter 50% das crianças até três anos na escola é desejo antigo, e já deveria ter sido conseguido em 2005. Entre os desafios, é necessário conseguir dados mais precisos sobre crescimento populacional e demanda para a criação de creches onde elas são mais necessárias.
Dados ao resgate!
Lembra do Censo Escolar que vimos semana passada? Com ele, descobrimos que são 2.730.119 estudantes em creches e 4.860.481 estudantes na pré-escola no Brasil, tanto em escolas públicas quanto particulares – e no QEdu você consegue acessar os dados da sua região.
O Censo Demográfico também pode ajudar: como ele temos a projeção da quantidade de alunos que vão chegar em breve. Ainda assim, essa associação é bem subjetiva. É complicado estimar onde essas crianças vão nascer para construir creches e pré-escolas onde são mais necessárias.
Vamos conseguir atingir esta meta? O professor do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada, Aloisio Araujo explica mais sobre este desafio:
A questão é complexa, não é somente financeira. Não basta construir creches e escolas, é necessário capacitar professores, oferecer infra-estrutura de qualidade e focar em quem mais precisa do serviço. Educação de qualidade desde cedo é caminho certo para desenvolvimento do país.
