O que fazer com o espaço da escola nas férias

Em áreas onde a situação socioeconômica dos alunos é menos favorável, há chances dos alunos não se ocuparem com as melhores atividades no período de férias. Com os responsáveis trabalhando fora, as crianças ficam sem atenção de um adulto responsável e podem ocupar seu tempo com atividades menos produtivas – e até perigosas.

As escolas que ficam abertas oferecem atividades para os alunos fazerem nas férias e se manterem afiados para a volta às aulas. É importante, entretanto, que essas atividades sejam diferenciadas e divertidas, afinal o descanso também ajuda a aprender melhor.

biblioteca_escolas

Se você tem interesse em transformar sua escola em um espaço social nas férias, mas não sabe por onde começar, separamos algumas sugestões para seus primeiros passos:

Faça parcerias com a comunidade

Provavelmente há muitos talentos na comunidade no entorno da escola e você nem sabe. Procure fazer parcerias com eles, chame os pais dos alunos para sondar se eles têm interesse em desenvolver alguma atividade no período de férias ou se conhecem alguém na comunidade que pode dar aulas de futebol ou violão, por exemplo. Aliás, ganhar o apoio dos atores de fora da escola é uma das estratégias-chave para as escolas que participaram da pesquisa Excelência com Equidade, desenvolvida pela Fundação. As escolas que participaram desse estudo tinham pelo menos 70% dos alunos com aprendizado adequado em português e matemática, evoluiu o Ideb de 2007 a 2011 e apresentam o Ideb com no mínimo 6 pontos.

Você já viu como está o Ideb no seu estado, cidade ou escola? Os dados disponíveis no QEdu são gratuitos, mas alguns filtros requerem cadastro, também gratuito, para serem visualizados.

Cadastre-se

Se você já tem cadastro, faça login.

Universitários também podem ajudar: eles estão em férias escolares e é um ótimo momento para enriquecer o currículo como voluntários. Procure nas universidades quem está disposto a ajudar.

Incetive os professores

Muitos nem vão viajar, mas estão cansados de irem para a escola em virtude da rotina que levam. Mas sempre há um ou outro professor interessado em fazer algo diferente. Chame-os para uma reunião, converse nos corredores, sonde-os para saber como cada um pode ajudar. Quem sabe eles têm talentos que até então ninguém sabia? Incentivar tais atividades é uma forma de valorizá-los.

De acordo com outra pesquisa feita pela Fundação Lemann, chamada Conselho de Classe, ver o aluno aprendendo é o que mais traz satisfação para o professor. Em segundo lugar está a responsabilidade social da sua função, seguido de oportunidades de aprendizado e convívio com a equipe da escola e com os alunos. Você consegue trabalhar todas essas motivações com os professores incentivando a participação deles nas atividades extracurriculares de férias.

Envolva os alunos na organização

Sempre existe um ou outro aluno mais envolvido com as atividades da escola, mais empolgados e com vontade de fazer algo diferente. Aproveite todo esse empenho, afinal eles são os mais interessados. Se esses alunos não são capacitados para coordenar uma atividade sozinhos, treine-os e os acompanhe.

A pesquisadora Edilene Soraia da Silva, doutora em Ciência da Educação, estudou qual era a influência da prática de projetos extracurriculares nos alunos da educação básica. Segundo a pesquisadora, as atividades e projetos extracurriculares influenciaram no desenvolvimento cognitivo e sociocultural dos educandos. Portanto, incentivar a participação deles nas atividades de férias pode ser muito interessante.

quadra_ferias_escola

Deixe as portas da escola abertas

Sua biblioteca, sua quadra de esporte, o campinho de areia não podem fechar só porque chegaram as férias. Organize um calendário para que os alunos ou a própria comunidade do entorno possa usufruir desses espaços.

Alguns municípios já têm programas onde a escola é um espaço aberto, inclusive aos finais de semana. Se a sua região não tem, que tal levantar essa possibilidade junto à direção escolar? Quando as crianças ganham, toda a sociedade recolhe os frutos. Quem sabe você não conta uma história inspiradora nos comentários? Bom trabalho!


Comunicadora social por formação, programadora front-end por profissão, navega entre os universos das Humanas e das Exatas dando seus pitacos aqui e acolá.

Comentários

comentário(s)